Ao vivo: Agnes Obel e o pior concerto da minha vida
Agnes Obel estreou-se nos palcos nacionais, com um concerto que aconteceu no Tivoli, em Lisboa, no passado domingo.
A primeira parte do concerto - que não parecia estar prevista para a grande maioria dos presentes - foi atribuída a Boris Grönemberger, um fiasco. Não retive rigorosamente nenhuma da informação que ele foi dando e o google não o conhece, portanto não temos como verificar se foi só um mau concerto ou se este nível de qualidade se estende a toda a sua carreira. Não querendo ser injusta, para mim, fica na história como o pior concerto ao qual já assisti.
Com tudo isto, o concerto da noite, que estava previsto para as 21h30, começou uma hora mais tarde, entre algumas manifestações de descontentamento, mas nada que a sonoridade de Agnes Obel não recuperasse. Passavam apenas alguns segundos da primeira música e tudo o resto tinha já sido esquecido.
A presença de Agnes em palco durou cerca de uma hora e quarenta minutos e incidiu, essencialmente, na apresentação do seu último trabalho "Citizen of Glass". Ainda assim, ouviram-se alguns temas de "Aventine" e "Philharmonics". Entre as músicas, a artista fez questão de explicar as diferentes temáticas por detrás das suas letras - ciúme, mágoa, saudade, entre outras -, tendo também aproveitado para elogiar a cidade de Lisboa.
Antecipando o final da noite, Agnes apresentou a sua banda, que conta com outras três mulheres que se destacaram, sem exceção, por serem excelentes músicas. Tivemos ainda direito a um encore, onde foram ouvidos os temas "Riverside", a música mais conhecida da artista que proporcionou o grande momento da noite na plateia, e "On Powdered Ground".
Nota positiva para a primeira passagem de Agnes Obel por território lusitano, com uma exibição bastante consistente. Ao contrário da tardia "Riverside" para a maioria dos presentes, atribuo o momento alto da noite à interpretação de "Dorian", o segundo tema a ser tocado. Esta música integra o álbum "Aventine", o único que tenho da Agnes, e é a minha preferida desta artista.
Nem sempre é fácil cumprir as expectativas quando se retratam músicas de tamanha sensibilidade numa sala que, não sendo das maiores, acaba por ser grande demais. Todas as salas seriam grandes de mais para nos encontrarmos apenas com a música de Agnes. Fica a memória de uma execução brilhante e a "Dorian" em repeat.
Fotografias: musicfest


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